Caio Galucci
O musical “Donna Summer” que teve sua temporada inicial suspensa na semana seguinte a sua aclamada estreia, há um ano e meio, por conta da pandemia, está de volta ao Teatro Santander, em São Paulo.
A obra é dirigida por Miguel Falabella e estrelada por Jeniffer Nascimento, que interpreta a diva no auge da carreira (Disco Donna), por Karin Hils, que dá vida à Diva Donna, e pela atriz revelação Amanda Souza, que interpreta a Donna Jovem.
O espetáculo conta a história de uma das maiores cantoras do mundo, Donna Summer, que fez história não “só” na música, mas na vida de toda uma geração de muitas mulheres negras, pelo seu empoderamento e força. Para quem pôde assistir ao musical em sua estreia antes de pandemia, é notável que houveram algumas mudanças nesta reestreia, como a alteração na ordem de algumas cenas, bem como apresentar alguns fatos de forma mais resumida. No entanto, tal adaptação não diminuiu a qualidade, nem entendimento sobre a história, que prende a atenção do espectador, sem cansá-lo, do começo ao fim.
É importante enaltecer os vocais de Jeniffer, Karin e Amanda, que entregam TUDO em suas performances e agitam a plateia a todo momento. Não podemos deixar de destacar também a atriz e cantora Joice Cosmo, que faz parte dos vinte e três atores e bailarinos, e interpreta Mimi, primogênita de Donna, e que encanta o público de forma única com sua doce voz.
A versatilidade de Jeniffer Nascimento na atuação e no canto não surpreende, pois quem a acompanha sabe do seu talento e grandiosidade. Pode-se afirmar que, para quem já viu as músicas cantadas por Karin Hils em português, prepare-se para ouvir algo totalmente diferente quando a musa canta os sucessos da Diva. Karin sabe dar o seu nome, de forma a valer a pena apreciar cada segundo da sua voz, e a querer assistir mais de uma vez cada música que ela canta.
De modo geral, o musical conta de forma impecável os altos e baixos de Donna Summer, que quando jovem não contentou-se “apenas” com o título de “Rainha da Discoteca”, e que diante de centenas de obstáculos, principalmente por ser mulher e negra, lutou incessantemente para realizar o seu sonho de provar pra todo mundo que ela poderia compor e cantar letras que, até então, não eram cantadas por mulheres, bem como a gerenciar sua própria carreira.
Trata-se de um espetáculo com muita música e ação, que transmite um misto de sentimentos como tristeza, alegria, revolta, orgulho e felicidade. Muitas vezes o público julga uma super estrela sem conhecer a sua história, sua luta, seus problemas, e esta é uma oportunidade para ver um pouco disso, entender, ter empatia e admirar. Após o elenco agradecer e as cortinas se fecharem, é lindo ver o público dançar e cantar por quase dez minutos enquanto, calmamente, deixam a sala de teatro. É aí que você sabe que valeu a pena assistir.
“Donna Summer – Musical” está em cartaz de quintas e sextas-feiras às 21h, sábados às 17h30 e 21h00 e domingos às 16h00 e 19h30, no Teatro Santander, e os ingressos podem ser adquiridos no site da Sympla.
