MÚSICA POP

REVIEW: Beyoncé prova a sua excelência no country com “Cowboy Carter”

Howdy! Separem seus chapéus de cowboy, porque a Queen B passou por cima de quem duvidou!

Beyoncé é uma artista que não tem medo de se aventurar em diferentes estilos. Reconhecida pelo seu trabalho no R&B, pop e hip-hop, nossa Queen B lança nesta sexta-feira (29) seu novo álbum “Cowboy Carter”, cheio de influências da música country.

Essa, entretanto, não é a primeira vez que Bey explora esse gênero. Em seu álbum “Lemonade”, lançado em 2016, a cantora incorporou características do gênero em faixas como “Daddy Lessons”, que apresenta uma mistura de country, blues e hip-hop. Embora não seja uma artista estritamente country, sua incursão nesse estilo musical demonstra sua versatilidade como artista e sua capacidade de transcender fronteiras sonoras.

“Cowboy Carter” apresenta 27 faixas com 80 minutos de duração – entre elas, os singles já revelados “16 Carriages” e “Texas Hold’Em”. O álbum se inicia com “AMERIICAN REQUIEM”, um alarme em forma de hino que incinera antigas ideias sobre arte e as pessoas que a criam.  “Costumava dizer que eu era muito country / então veio a rejeição, disse que eu não era country o suficiente / Disse que não iria selar/ mas se isso não é country, diga-me, o que é?” canta Bey. A segunda faixa é uma versão de Blackbird, clássico dos Beatles de 1968, que Paul McCartney escreveu sobre a tensão racial no sul dos Estados Unidos. O cover conta com as cantoras country afro-americanas Tanner Addell, Brittney Spencer, Tiera Kennedy e Reyna Roberts. “16 Carriages” vai ainda mais fundo, adotando uma estrutura clássica de balada country e que foi bem recebida pelos fãs. “Protector” demonstra um lado protetora da artista com uma introdução falada pela filha de seis anos, Rumi. “My Rose” é um trecho de segundos – que provavelmente é uma declaração ao Jay-Z. Além, do trecho de “Smoke Hour”, com o grande fora-da-lei Willie Nelson.

Texas Hold ‘EM” foi dos singles lançados antes da estreia do álbum, e não precisamos dizer nada, né?! A faixa foi um sucesso tão grande, que virou trend na plataforma do TikTok. “Bodyguard” – que é uma das minhas faixas favoritas, mescla um pop/rock acústico claramente estridente. Para a surpresa de muitos, também temos colaborações com Miley Cyrus em “ll Most Wanted”, Post Malone em “Levii’s Jeans” , além de covers de “Jolene”, clássico de Dolly Parton. Sem contar, claro, com uma canção em homenagem a pioneira entre negros no country, Linda Martell, em “The Linda Martell Show”.

Achou pouco? Tem mais! O disco ainda trás uma pitadinha de brasilidade! Isso porque a música “Spaghetti” tem um sample (uso de trecho de uma outra canção remixada) de “Aquecimento das Danadas” do DJ O Mandrake. Amamos! “COWBOY CARTER” é a mistura musical que você não esperava da artista e produtora mais inovadora do mundo, que tornou norma ultrapassar os limites na entrega de arte que desafia os sentidos. É sobre cultura, legado e uma adição crítica ao cancioneiro americano vindo do talento mais importante e criativo de um século.

“Acho que as pessoas vão ficar surpresas porque não acho que este álbum seja o que todos esperam”, diz Beyoncé, “mas é a melhor música que já fiz.”

Já ouviu o hinário? Dá o play e tire suas próprias conclusões:

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