Em um cenário onde muitas séries são canceladas antes de atingir seu verdadeiro potencial, “De Volta aos 15” conseguiu concluir sua história com uma terceira temporada que respeita tanto suas raízes literárias quanto o carinho dos fãs.
Baseada no livro de Bruna Vieira, a série soube encontrar um equilíbrio entre manter a essência da obra original e se transformar em algo mais maduro e independente. O desfecho, embora não seja perfeito, traz uma sensação de nostalgia e de missão cumprida.
A trama encerra no momento certo, sem cair na armadilha de se prolongar desnecessariamente e acabar cansando o público. “De Volta aos 15” se consolida como uma daquelas séries nacionais que trazem conforto, ideal para assistir várias vezes sem perder o encanto.
Na terceira temporada, Anita, interpretada por Maisa e Camila Queiroz, em diferentes fases da vida, está agora com 18 anos e lidando com os desafios da vida universitária. Depois de uma pane no Floguinho, a rede social que usava para viajar no tempo, Anita se vê em uma nova dinâmica onde, ao invés de voltar aos 15 anos, é transportada aleatoriamente para seus dias de faculdade.
Enfrentando as dificuldades de morar em república, amores complicados e festas universitárias, Anita precisa descobrir quem está mexendo em suas viagens no tempo e como retomar as rédeas da sua vida. Com um elenco que inclui Klara Castanho, João Guilherme e a chegada de Larissa Manoela, a série adiciona uma dose de nostalgia e amadurecimento à história.
A terceira temporada de “De Volta aos 15” eleva o desenvolvimento dos personagens e aprofunda as emoções. A nova dinâmica temporal não só traz frescor à narrativa, mas também reflete o crescimento da própria protagonista e do elenco.
A introdução de Emira Sophia como Jéssica trouxe momentos de grande emoção, especialmente no terceiro episódio, mostrando a habilidade da série em misturar drama pessoal com as viagens no tempo.
No entanto, o tom mais maduro desta temporada, embora bem-vindo, às vezes é interrompido por cenas que não se conectam tão bem com a seriedade da trama, criando um certo desequilíbrio no ritmo da narrativa.
O clímax do último episódio, por exemplo, perde um pouco de sua intensidade ao inserir momentos de humor que poderiam ter sido mais ajustados ao contexto dramático.
Apesar disso, “De Volta aos 15” entrega o que promete: um final emocionante e satisfatório para os fãs que acompanharam a trajetória de Anita. A química entre o elenco é clara, especialmente com a chegada de Larissa Manoela, que acrescenta um charme extra à série.
Os novos episódios continuam a trazer a nostalgia dos anos 2000, com referências a memes e acontecimentos pop da época, como a famosa viagem de Luiza (Amanda Azevedo) para o Canadá. O episódio final oferece todos os elementos de uma boa história, mantendo o espectador vidrado com momentos de tensão e a iminência de uma tragédia. A cena final, que reúne todo o elenco em uma celebração especial, é digna de novela.
