CRÍTICAS FILMES E SÉRIES

CRÍTICA | O filme “O Auto da Boa Mentira” mostra um novo jeito de fazer comédia

Por: Larissa Ribeiro

Com direção de José Eduardo Belmonte e produção de Luciana Pires da Cine Group, o filme traz quatro histórias baseadas a partir de frases clássicas do poeta paraibano Ariano Suassuna.

Com roteiro de João Falcão, Tatiana Maciel e Célio Porto, o longa consegue mostrar outra forma de fazer seu público rir e, ao mesmo tempo, agraciar outro lado da mentira.

Dando vida ao humor refinado e muito bem trabalhado de Suassuna, o longa traz boas histórias onde o clima engraçado permanece até nos momentos mais sérios.

Não é difícil você se pegar rindo da história do Helder (Leandro Hassum) um “zé ninguém” que passa a ser confundido com um humorista famoso só que mais magro.

Também não é complicado ver a graça com a ironia da história de Fabiano (Renato Góes), que não acredita em nada mas crê em um vidente de rua que diz que sua mãe, Luzia (Cássia Kis) mentiu e que seu pai, na verdade, é o Palhaço Romeu (Jackson Antunes).

A história hilária do guia turístico Pierce (Chris Mason) que se pega em um grande problema quando inventa que foi assaltado para se desculpar com o amigo Zeca (Serjão Loroza), que acaba contando para o chefia do morro do Vidigal (Jesuíta Barbosa).

Em volta de um crime que não aconteceu, Pierce agora precisa enfrentar o chefia do tráfico, que deixa bem claro sua relação com mentiras.

E mesmo chegando à última história, você ainda tem fôlego para rir da estagiária Lorena (Cacá Ottoni) que se sente invisível na empresa de publicidade, liderada por Noberto (Luis Miranda).

A mentira é tanta que sobra até para o coitado Felipe (Johnny Massaro), que descobre segredos de sua mulher em plena festa de natal na casa do chefe Noberto.

Apesar de todas as premissas darem protagonismo para a mentira, a ideia de contar quatro histórias em uma hora e meia de longa, foi um tiro certeiro para os amantes de comédia.

É bem fácil pegar elementos que nos lembram o clássico do ‘O Auto da Compadecida’, no qual a mentira também se faz presente.

Com ótimo roteiro e belíssimas atuações, José Eduardo Belmonte conseguiu dirigir o elenco que se destaca em cada história contada que, sem dúvidas, deixaria Suassuna grato pela bela obra.

Todas as histórias são bem amarradas e concluem no que se propõe a entregar. Mas o destaque deixamos para o grande Leandro Hassum, que por sua vez, trouxe uma história até mesmo irônica e muito bem contada junto com companheira de elenco Nanda Costa.

A construção de todo o filme realmente dá vontade de assistir e depois ver de novo, para rir novamente, seja do Palhaço Romeu ou de Lorena, que deixa claro sua nunca visita à Disney.

O longa-homenagem ao grande Ariano Suassuna chega aos cinemas brasileiros no dia 29 de abril, e todos poderão conferir ‘O Auto da Boa Mentira’ com todos os protocolos de segurança que os cinemas aderiram.

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