Equipe e atores fizeram um filme durante a quarentena sem nunca se encontrarem
No ano passado, a indústria cinematográfica sofreu um grande impacto devido ao novo coronavírus que pegou à todos de surpresa. Logo após o início da pandemia, um grupo de jovens atores em quarentena resolveu se juntar e voltar a trabalhar, em Los Angeles.
Com direção de Nick Simon (The Girl in the Photographs), o filme conta com um grande elenco, entre eles: Luke Baines que escreveu o roteiro junto com Simon (Shadowhunters), Darren Barnet (Never Have I Ever), Tim Granaderos (13 Reasons Why), Claire Holt (The Vampire Diaries), Katherine McNamara (Shadowhunters) e Emmy Raver-Lapman (The Umbrella Academy).
O projeto foi feito inteiramente por computador e com filmagens realizadas pelo próprio elenco. Isso mesmo, os atores nem chegaram a se ver pessoalmente, o que tornou ainda mais interessante. O filme segue a história de seis atores de Hollywood mais ou menos famosos que descobrem que seu programa de TV esta à beira do cancelamento. Dispostos a fazer qualquer coisa para salvar suas carreiras, eles decidem gravar o próprio filme de terror, mas acabam invocando acidentalmente um espírito demoníaco que começa a matá-los um por um.
Untitled Horror Movie na verdade é uma comédia com um pingo de terror. O filme também conta com veteranos da comédia como; Kal Penn (Harold and Kumar Go to White Castle) e Aisha Tyler (Friends), além de Kevin Daniels (Council of Dads), Lesly Kahn (Quantum Leap) e Sohm Kapila (Jane the Virgin).
O diretor Nick Simon, que tem como mentor Wes Craven, trabalhou com Luke Baines em The Girl in the Photographs. Quando a pandemia começou, eles decidiram escrever juntos o roteiro de Untitled Horror Movie. Com apoio remoto de uma equipe de profissionais, Baines e os atores foram instruídos em como manejar a iluminação, além de cuidar da maquiagem e, mais importante, como gravar o som ambiente. “Mandamos câmeras, luzes e microfones para todos os atores. E usamos Zoom para eu poder dirigi-los em cena”, conta Simon.
A estreia mundial do filme aconteceu on-line no dia 12/06. O filme inclusive, ja está disponível nas plataformas digitais iTunes e Amazon.
Claro que os atores incluiram o Brasil nessa. A produção fez questão da estreia ser simultânea com os Estados Unidos. “Os fãs brasileiros sempre foram muito bons com todo o elenco, então queríamos que o filme estivesse disponível juntos com os EUA. Não vejo a hora de ver como o filme sera recebido e espero que as piadas façam sentido para vocês”, torce Luke Baines.
Batemos um papo com o diretor Nick Simon, e ele nos contou como foi todo o processo desse projeto independente e claro, como conquistar o público alvo nessa pandemia.
Confira abaixo:
Este projeto é 100% independente, e ser independente significa não ter o apoio, como você encontra seu público-alvo? Como você o promove?
Nick: “Essa é uma ótima pergunta. Acho que sempre que sento e tento escrever algo… ou filmar algo… acho que o primeiro público que estou tentando atingir sou eu. Certificar-me de que adoro algo que estou criando é muito importante para o produto final. E depois disso, começo a pensar… OK, mas para quem é esse filme? Quando Luke e eu estávamos escrevendo este roteiro, acho que sabíamos muito bem para quem o estávamos fazendo. É para todos nós e, mais importante, para os fãs desses atores. A divulgação deste filme foi definitivamente um aprendizado para mim. Você está certo no sentido de que este é um filme 100% independente. Este é o filme mais caseiro (literalmente) que fiz até hoje. Fizemos tudo nele. Na verdade, acabei até editando os trailers! Acho que o que mais aprendemos ao promover isso… é, novamente, conhecer seu público e realmente apontar tudo para ele.”
Como surgiu a ideia de fazer um filme durante uma pandemia? Especialmente em um filme em que atores e atrizes teriam que lidar com equipamentos de som e luz?
Nick: “Tudo começou com Luke Baines e eu escrevendo este roteiro. Acabamos de começar a quarentena em março e eu tinha acabado recentemente um grande projeto que Luke me abordou sobre como escrever um roteiro de terror. Enquanto contávamos a história, ela começou a evoluir para o que o filme de terror sem título se tornaria. Estávamos vendo muitas coisas engraçadas, às vezes estranhas, que as celebridades faziam nas redes sociais – isso nos ajudou com o conceito do filme ser sobre atores, pensei – precisamos filmar isso agora. Ninguém está fazendo nada, todo mundo precisa de uma distração, nosso roteiro ficou ótimo e queríamos ir em frente. Eu não queria filmar no Zoom, embora essa fosse a principal ferramenta para nos comunicarmos e estarmos “no set” juntos. Meu incrível cinegrafista, Kevin Duggin, montou kits com iPhones, luzes e microfones que enviamos para cada ator e Kevin os acompanhou durante a montagem. E honestamente, eu credito MUITO aos atores por manusearem todos os seus próprios equipamentos. Eles não apenas configuraram tudo sozinhos, mas também tiveram que gerenciar todas as filmagens e enviá-las / transferi-las para discos rígidos! E todos eles eram totalmente profissionais. Todas as filmagens e áudio pareceram incríveis!”
Além de não ter contato físico, qual foi o maior diferencial desse projeto?
Nick: Este foi o primeiro filme que fiz em um ponto de vista da vida na tela. Essa foi uma curva de aprendizado – tanto na escrita quanto nas filmagens. Foi difícil dirigir isso dentro dos parâmetros disso, mas estávamos tão animados com nosso elenco e como tudo se juntou que foi incrivelmente divertido. Estávamos todos fazendo esse experimento juntos e criando algo durante um período realmente desolador e assustador no mundo real. O engraçado que muitas pessoas não sabem, é que a maioria AINDA até hoje não se conheceu pessoalmente!