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ENTREVISTA: Philip Froissant fala sobre a montanha-Russa emocional da 2ª Temporada de ‘A Imperatriz’ e conexões com o Brasil

Philip Froissant está de volta para a segunda temporada de A Imperatriz, série histórica da Netflix, que estreia em 22 de novembro. Após dois anos de espera, o imperador da Áustria enfrenta novos desafios, incluindo a paternidade. Froissant é relativamente novo na cena internacional, mas já demonstrou um grande talento para papéis complexos e emocionais. Antes de ‘A Imperatriz’, ele participou de outras produções, mas foi esse papel que o trouxe para um público global, sendo um dos nomes em ascensão no cinema e na televisão alemã.

Em entrevista exclusiva ao No Backstage, o ator compartilhou suas impressões sobre a nova temporada, os obstáculos de interpretar um personagem histórico e seus planos futuros, que prometem expandir ainda mais sua carreira internacional.

A Imperatriz – Novos Desafios para Franz

A primeira temporada deixou os fãs com muitas perguntas e expectativas para o que viria a seguir. A segunda temporada, segundo Froissant, promete ser ainda mais intensa, com maiores dilemas emocionais e políticos para seu personagem. “A temporada realmente cresceu com seus personagens, assim como seus conflitos. As apostas estão mais altas e é uma verdadeira montanha-russa emocional.”, revelou o ator.

Em relação ao papel de Franz, Froissant destaca que a chegada da paternidade e as crescentes responsabilidades políticas trazem um peso ainda maior para o imperador. “A vida familiar e o papel de imperador estão começando a colidir”, explica o ator.

Divulgação / Netflix

Interpretar Franz Josef, um monarca do século XIX, exige um processo de imersão profunda, tanto histórica quanto emocional. Froissant revela que a preparação foi intensa, envolvendo pesquisa de biografias e visitas a locais históricos de Viena. A atuação em um drama histórico também implica um esforço extra para adaptar a linguagem e o comportamento ao período retratado.

Desafios da Atuação e a Conexão com o Brasil

Como ator, Froissant compartilha que, no início de sua carreira, era mais difícil separar as emoções dos personagens das suas próprias. No entanto, ao longo do tempo, ele aprendeu a lidar com isso, criando rituais e adotando práticas como atividades físicas para ajudar a se desvincular emocionalmente após as filmagens. Além disso, o ator tem uma conexão pessoal com o Brasil, que vai além de seu trabalho. “Meus três primos adotivos são meio brasileiros, então sempre tive uma ligação com o país”, revela.

Com uma carreira promissora e uma conexão genuína com seus fãs, Philip Froissant promete continuar conquistando corações ao redor do mundo, e a segunda temporada de A Imperatriz certamente será um marco para ele e seus seguidores.


Confira a entrevista completa abaixo:

Olá, Philip. Muito obrigada por falar conosco!

Philip: Oi Aline. Obrigado por me receber!

Vamos começar falando sobre a segunda temporada de “A imperatriz”, que estreia agora dia 22/11 na Netflix. Como você está se sentindo? Está animado para ver a reação do público depois de dois anos de espera?

Philip: Estou muito animado. Essa série significa muito para mim, e estou muito feliz que a segunda temporada finalmente verá a luz do dia. Claro, mal posso esperar para ver se as pessoas vão gostar, e estou muito grato pelos fãs terem esperado tão pacientemente. Sei que deve ter sido difícil; foi difícil para mim também, mas tenho certeza de que a espera valeu a pena.

A primeira temporada deixou muitas perguntas em aberto, e os espectadores estão ansiosos por respostas. O que você pode nos dizer sobre o rumo que a segunda temporada tomará, especialmente em relação aos conflitos políticos e emocionais de Franz?

Philip: Bem, a temporada realmente cresceu com seus personagens, assim como seus conflitos. A segunda temporada definitivamente tem apostas mais altas e é mais uma montanha-russa emocional. Grandes temas como nascimento e morte, guerra e paz são o centro da trama desta temporada. Para Franz, muitas coisas mudaram, ele agora é pai e está começando a encontrar seu caminho como governante junto com Elisabeth, mas o peso sobre seus ombros é ainda maior do que antes, pois há novas ameaças dentro e fora do império. A vida familiar e seu papel como imperador estão começando a colidir e ele precisa enfrentar grandes desafios ao longo do caminho.

Seu personagem vive em um ambiente de poder, regras rígidas e expectativas. Como você trabalhou para mostrar as camadas psicológicas de alguém que está sempre sob pressão, especialmente ao lidar com as dualidades do dever e do desejo pessoal?

Philip: Comecei fazendo muitas pesquisas. Li muitas biografias, os diários de infância de Franz e me aprofundei na história dos Habsburg e no mundo político do império. Também visitei todos os pontos históricos de Viena com Johannes, que faz o papel do meu irmão Maxi, para ter uma ideia do ambiente em que nossos personagens viviam e para ativar nossa imaginação. Depois, comecei a escrever e criar uma história de fundo, memórias etc., que moldaram minha interpretação do personagem com base em nosso roteiro. Assim, o mundo em que Franz vive, bem como sua vida interior, começaram a se revelar para mim pouco a pouco.

Inclusive, sabemos que os dramas históricos têm uma linguagem e uma postura próprias, que por vezes distanciam os atores das expressões mais comuns e contemporâneas. Pra você, quais foram os maiores desafios em adaptar sua atuação para essa linguagem, e como você se preparou para isso?

Philip: Tivemos o privilégio de trabalhar com os brilhantes instrutores Giles Foreman e Liana Nyquist, que realmente nos ajudaram a encontrar nossos papéis, tanto na mente quanto no corpo. O trabalho corporal foi realmente crucial para a compreensão do “corpo histórico” e também, em geral, do corpo e de como ele se move no espaço, o que diz muito sobre o status e o estado dos papéis. Além disso, Devrim e eu tivemos aulas de dança e equitação, e eu tive aulas de esgrima com Johannes. Tudo isso realmente ajudou a entender o mundo físico de nossos personagens. Ao internalizar essas sensações sensuais, ficou mais fácil permanecer fiel à forma histórica e, ao mesmo tempo, ser capaz de agir, reagir e permanecer no momento sem pensar muito na forma.

Aproveitando que estamos falando sobre seus projetos, voce interpretou o John em “Um trilhão de dólares”.  Quando você interpreta um personagem como esse, que se torna rico e busca fazer o bem, isso pode provocar reflexões pessoais sobre as questões de moralidade e responsabilidade social em um mundo dominado pela riqueza. Como essa experiência de atuar influenciou sua própria perspectiva sobre o papel que a riqueza e o poder desempenham na vida das pessoas?

Philip: Isso é bem verdade. Na verdade, os personagens e seus conflitos quase sempre deixam uma marca em minha percepção do mundo, e é isso que adoro em meu trabalho como ator. Com relação a One Trillion Dollars, eu já pensava muito sobre esses tópicos antes de interpretar John Fontanelli, mas a pesquisa para o projeto e a interpretação do papel definitivamente intensificaram e expandiram minha compreensão do imenso impacto que a riqueza e as pessoas ricas têm em nosso mundo.


É chocante para mim o poder e a influência que essas poucas pessoas super-ricas têm em quase todos os aspectos de nossas vidas. Acho que é fundamental para o nosso futuro neste planeta devolver o poder às pessoas e enfraquecer a influência daqueles que estão tentando nos forçar a participar de seu jogo e nos libertar do perigo do materialismo em um sistema capitalista nocivo e endurecido.

Como ator, você sabe que mergulhar em múltiplas personalidades pode ser exaustivo. Já sentiu que estava absorvendo emoções ou traços que deveriam permanecer com o personagem?

Philip: Sim, isso costumava acontecer muito nos primeiros anos de minha carreira. Naquela época, eu já mudava durante a preparação de um papel. Às vezes, é muito difícil separar o mundo interior do personagem do seu próprio, especialmente se você estiver usando memórias pessoais ou misturando-as com as que criou para o personagem a fim de chegar ao núcleo emocional de uma cena. A criação de rituais e a prática de atividades físicas realmente ajudam a não carregar o papel o tempo todo quando você termina de filmar.

Acho que muitas pessoas não sabem disso, mas você também canta. Muitos atores criam listas de reprodução para entrar na mentalidade de seus personagens. Você tem alguma que o ajude a relaxar?

Philip: Hahaha. Bem, acho que isso é um pouco exagerado. Eu tive aulas de canto durante meu período na escola de teatro. Era uma escola de teatro típica, então cantar e apresentar músicas no palco fazia parte do programa e eu realmente gostei das aulas, mas cantar na frente de um público me assustou muito. Não sou muito de cantar em meu tempo livre. Com relação às playlists, eu também faço isso, sempre tenho várias playlists para as diferentes camadas e estados emocionais de meus personagens. Não tenho uma específica para me ajudar a relaxar, mas essa é uma ótima ideia, acho que devo criar uma para projetos futuros. Mas, definitivamente, uso a música para sair de um papel no final de um dia de filmagem.

Justo! Devo dizer que todos nós temos uma playlist relaxante. Inclusive, você conquistou uma enorme base de fãs no Brasil. Qual é a sensação de saber que seu trabalho repercutiu tão fortemente em um público de outra cultura e idioma?

Philip: Sim, isso é realmente incrível. Especialmente porque o Brasil sempre foi um país de nostalgia para mim. Meus três primos adotivos são meio brasileiros, então sempre tive uma espécie de ligação com o país, pois os via muito na minha infância. Espero realmente poder visitar seu país muito em breve.

Que legal, esperamos vê-lo em breve aqui. E, quais são os seus próximos projetos para 2024/2025 que você pode compartilhar conosco?

Philip: Filmei dois filmes independentes este ano, o que é a realização de um sonho, pois sempre quis fazer cinema. Além disso, há outro filme de arte planejado para 2025, que ainda está em fase de financiamento, então cruzem os dedos para que eu possa filmá-lo no próximo ano. E, é claro, pode haver uma terceira temporada de ‘A Imperatriz’ se os números forem bem. Então, por favor, assistam à segunda temporada, meus caros!

Obrigada por nos receber, Philip. Sinta-se à vontade para deixar uma mensagem para os fãs brasileiros. Estamos ansiosos para ver seus próximos passos.

Philip: Muito obrigado por me receber novamente. Essa entrevista realmente significa muito para mim, pois sempre quis entrar em contato com minha base de fãs brasileiros. E aos meus fãs no Brasil: Muito obrigado pelo seu apoio, por todas as mensagens e cartas legais e pela interação nas minhas contas nas redes sociais, isso significa muito para mim. Amo vocês e espero visitar o Brasil muito em breve, quanto mais cedo, melhor. Por último, mas não menos importante, desejo a todos vocês que se divirtam muito assistindo à nossa segunda temporada, e espero que vocês gostem tanto quanto nós gostamos de filmá-la. Mal posso esperar para ver suas reações! Abraços e beijos da Alemanha, Philip.

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